Cruz Peitoral
A Cruz Peitoral é usada pelos bispos e alguns sacerdotes da Igreja. Deve ser portada presa ao peito por um cordão ou corrente e é um símbolo de cargo de responsabilidade pública, significando o amor e devoção do portador pela Cruz de Cristo.
A Cruz Peitoral é outorgada por SS. O Patriarca da Cátedra de Antioquia ou pelo Bispo Diocesano sempre com autorização do Sumo Pontífice.
Convém lembrar que na Igreja Siríaca ou Sirian Ortodoxa de Antioquia, não existe efetivamente o cargo de Arcebispo ou o termo Arquidiocese na estrutura eclesial, uma vez que também não existe o cargo de Cardeal.
O que efetivamente existe na Igreja de Antioquia é a supremacia do Sumo Pontífice que é o Patriarca, os bispos que formam o Santo Sínodo e o clero em geral formado por sacerdotes, monges, freiras, diáconos e o povo constituindo-se no rebanho divino.
É objetivo da Igreja fazer com que cada bispo mantenha na sua diocese um ou mais mosteiros, conventos, seminários, coordenando as várias paróquias juntamente com os párocos.
Recebe o sacerdote quando da sua ordenação episcopal, a Cruz Peitoral juntamente com os Ícones diretamente de SS o Patriarca, os quais deverá usar. A Cruz Peitoral neste caso equivale à Cruz Episcopal das demais Igrejas Irmãs. Os demais membros do clero como párocos, frades, monges, freiras e diáconos não usam a Cruz Peitoral.
Quando o Patriarca ou o bispo local outorgam uma Cruz Peitoral a um monge, e desde que este seja sacerdote, dignificam-no com o título de Maior ou Raban (Rabai) que quer dizer em verdade o maior hierárquico entre os irmãos na localidade.
O ato de SS o Patriarca outorgar diretamente a Cruz Peitoral a um padre celibatário num local ou região em que não exista bispo distingue-o; isto distingue este sacerdote como o seu escolhido para uma possível ascensão ao episcopado.
O povo e o clero local assim como o Santo Sínodo tem o direito de apoiar ou recusar tal escolha desde que justificada. No entanto, normalmente a escolha Patriarcal coincide com a vontade popular e a do Santo Sínodo.
O sacerdote por sua vez apontado para usar a Cruz Peitoral deve distinguir-se pelo trabalho comunitário, desenvolvimento espiritual pessoal e buscar aprofundar seus conhecimentos religiosos; deve ser uma referência para os demais irmãos do clero e deve ter uma vida exemplar.
O portador da Cruz Peitoral tem o direito de presidir as cerimônias religiosas quando presente portando sempre sua Cruz Peitoral.
Nas cerimônias civis dever ser respeitado e seu cargo hierárquico pode ser comparado no Ocidente ao do Monsenhor, ou uma prelazia em formação, consequentemente sem uma jurisdição ainda definida.
Essencialmente a Cruz Peitoral pode ou não vir acompanhada de uma carta de representação patriarcal. A tradição da Igreja determina que o portador da Cruz Peitoral é o representante patriarcal nos assuntos religiosos na localidade, já nos assuntos legais civis locais precisa da carta de anuência patriarcal.
O bispo diocesano por sua vez, com anuência do patriarca, pode distinguir um ou mais padres sob sua orientação para portarem a Cruz Peitoral por exemplo no caso do Maior num Mosteiro ou Convento (Abade ou Abadessa), o diretor de um seminário ou escola, etc… mas é preciso que exista uma razão específica para tanto.
A Cruz Peitoral como se vê aumenta a responsabilidade do sacerdote tanto para com a sua comunidade como para com a Igreja em geral.
Reza a tradição da Igreja Sirian Ortodoxa que quando um sacerdote recebe a Cruz Peitoral, é convidado pelas famílias da coletividade local para abençoar seus lares com sua nova cruz.
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Histórico da Cruz Peitoral na Igreja Siríaca Ortdoxa no Brasil
1958 – Arcipreste Musa Tuma Hakim (já falecido) – Cruz outorgada pelo então Patriarca, Mar Ignatius Jacó III.
1967 – Pe. Severius Hawa, atual bispo de Mosul no Iraque – Cruz outorgada pelo então Patriarca Mar Ignatius Jacó III.
1981 – Pe Musa Mtanos Salama, ordenado em 1982 como primeiro bispo para as missões no Brasil com sede em Belo Horizonte (já falecido) – Cruz outorgada pelo atual Patriarca SS Mar Ignatius Zakkai I, Iwas.
1981 – Curaepíscopo Antonio Nakkoud, pároco da Catedral de São Jorge, Campo
Grande MS, cruz outorgada por SS Mar Ignatius Zakkai I, Iwas.
1984 – Pe. Jamil Kedder Abdelahad (Pe. Addai) – Cruz outorgada por SS Mar Ignatius Zakkai I, Iwas.
1991 – Pe. Severius Murad – atual bispo de Terra Santa e Jordânia, Cruz outorgada por SS Mar Ignatius Zakkai I, Iwas.
2001 – Pe. Gabriel Danho Dahho – Cruz outorgada por SS Mar Ignatius Zakkai I, Iwas.